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Comércio de Santiago deve ter 500 demissões até maio

Cerca de 46 dias após o registro oficial do primeiro caso de infecção por coronavírus e as consequentes medidas de isolamento social, o Centro Empresarial de Santiago (CES) contabiliza os prejuízos para o comércio do município. Os dados mais recentes divulgados pela entidade apontam que, até maio, ocorrerão pelo menos 500 demissões de trabalhadores do setor. Já foram efetivadas 308 dessas demissões, e o restante se refere aos avisos prévios que estão em curso.

De acordo com o presidente do CES, Elvio Juliano Bernardi, a área mais atingida foi a de moda. O dirigente lembra que nos quatro primeiros meses do ano passado, 800 pessoas foram demitidas. Porém, em 2019, houve um número semelhante de admissões, com uma redução de 40 vagas no mercado de trabalho. Em 2020, por enquanto, não há previsão de reposição de funcionários para essas 500 vagas.

- Sempre ocorreram demissões, mas, agora, os trabalhadores não serão recontratados como em outros anos. O movimento no comércio, mesmo aberto, ainda é baixo, porque a população tem receio sobre o futuro. O mercado consumidor está desaquecido. O cliente quer guardar dinheiro - comenta o presidente do CES.

Bernardi acredita ainda que, após 30 dias de comércio aberto, o faturamento das empresas deve ficar em torno de 30% ou 40% do que era antes da pandemia. O CES, que possui 912 associados, continua articulando alternativas para driblar a crise.

- Esperamos que o faturamento estabilize até o fim do ano. Temos trabalhado junto ao poder público, municipal e estadual. No município, conseguimos a postergação de pagamentos de impostos e taxas. Do Estado, ainda não temos notícias. Orientamos nossos associados a aderirem à redução da jornada de trabalho, e vamos investir na virtualização do comércio, que é uma tendência que foi acelerada pelo coronavírus - explica Bernardi.

O QUE DIZ O SINDICATO

O presidente do sindicato dos Empregados do Comércio de Santiago, Carlos Alberto Ataídes Floriano, acredita que o número de demissões até agora seja um pouco menor do que o divulgado pelo CES, em torno de 280, em um universo de, aproximadamente, 3 mil trabalhadores.

Segundo ele, a culpa da retração econômica não é só da pandemia da Covid-19, mas também da seca que atinge toda a Região Central.

- Apesar de tudo, estamos no paraíso ainda. A seca também influi no mercado. Não tem previsão de melhora - lamenta.

Floriano lembra que, após a reforma trabalhista, o sindicato não tem mais acesso a todas as demissões. Pelos números, a entidade concorda que o setor de moda foi o mais prejudicado. (Colaborou Rafael Favero)

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